A citologia veterinária é uma técnica de diagnóstico fundamental na medicina veterinária, especialmente na rotina clínica de cães e gatos. Consiste na coleta e análise microscópica de células obtidas de tecidos, lesões, fluidos ou órgãos, que permite a identificação de alterações morfológicas sugestivas de processos inflamatórios, infecciosos, hiperplásicos ou neoplásicos.

De acordo com as diretrizes da World Small Animal Veterinary Association (WSAVA), a citologia é uma ferramenta rápida, minimamente invasiva e altamente eficaz para o diagnóstico precoce de enfermidades, contribuindo significativamente para o prognóstico e a qualidade de vida dos animais.

Além disso, possibilita intervenções terapêuticas mais precoces, muitas vezes antes do surgimento de sinais clínicos evidentes, favorecendo melhores desfechos clínicos.

A realização da citologia é recomendada, por exemplo, quando há presença de nódulos ou massas palpáveis, pois permite identificar se a lesão corresponde a um tumor benigno, como um lipoma, ou maligno, como mastocitomas, linfomas e carcinomas. Com base nesse diagnóstico inicial, o médico-veterinário pode definir a necessidade de biópsia ou a realização de uma excisão cirúrgica, a despender da suspeita.

Além disso, a citologia é fundamental na avaliação de lesões cutâneas persistentes, como feridas crônicas, abscessos, pústulas ou dermatites. Por meio da análise citológica, é possível identificar agentes infecciosos — como bactérias, fungos ou parasitas — e caracterizar o tipo de resposta inflamatória, o que orienta o tratamento adequado.

Esse exame também desempenha papel importante na investigação de alterações comportamentais ou sistêmicas, como febre, perda de peso, anorexia ou letargia. Nestes casos, a análise citológica de linfonodos, órgãos ou até da medula óssea pode revelar processos infecciosos, doenças autoimunes ou neoplasias sistêmicas, auxiliando no diagnóstico diferencial.

Outra indicação clássica da citologia é a análise de acúmulo de fluidos corporais, como nas efusões pleurais, peritoneais ou pericárdicas. A avaliação citológica permite detectar infecções, processos inflamatórios, hemorragias ou neoplasias, sendo essencial para caracterizar se o líquido é um transudato, exsudato ou possui origem neoplásica.

De acordo com as diretrizes da World Small Animal Veterinary Association (WSAVA) e os protocolos descritos no Manual Merck Veterinário, a citologia deve ser realizada sempre que houver necessidade de uma avaliação rápida, segura e minimamente invasiva da natureza de uma lesão ou alteração clínica.

A escolha do método para coleta das amostras citológicas depende diretamente da localização e da natureza da lesão a ser investigada. Um dos métodos mais utilizados é a Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF), considerada o padrão-ouro para a avaliação de nódulos e massas. Essa técnica utiliza agulhas de pequeno calibre para aspirar células diretamente da lesão, o que na maioria dos casos dispensa a necessidade de sedação, tornando o procedimento rápido e pouco invasivo para o animal.

Para lesões superficiais, úlceras ou secreções, o esfregaço por impressão é uma opção eficaz. Nesse método, as células são transferidas diretamente da superfície da lesão para a lâmina, preservando importantes características morfológicas que permitem uma análise detalhada. Já a coleta de fluidos corporais, como os líquidos pleurais, peritoneais ou articulares, é realizada por meio de técnicas específicas, como toracocentese, abdominocentese ou artrocentese, sempre sob rigorosas condições assépticas para evitar contaminação e complicações.

Após a coleta, as amostras são cuidadosamente fixadas e coradas, geralmente utilizando corantes como Giemsa ou Diff-Quik, que realçam as características celulares essenciais para a avaliação microscópica. A análise é feita por um patologista veterinário especializado, que examina a morfologia das células e identifica possíveis alterações que indiquem processos inflamatórios, infecciosos ou neoplásicos, emitindo assim o laudo diagnóstico que orientará o tratamento adequado.

A citologia veterinária oferece diversos benefícios importantes que contribuem para a saúde e o bem-estar dos animais. Um dos principais diferenciais desse exame é a rapidez no diagnóstico, pois os resultados podem ser obtidos em poucas horas ou dias, permitindo que as decisões clínicas sejam tomadas de forma ágil e assertiva. Além disso, trata-se de um procedimento minimamente invasivo, que em grande parte dos casos evita a necessidade de intervenções cirúrgicas ou anestesias, reduzindo o desconforto e os riscos para o paciente.

Outro ponto relevante é o custo acessível da citologia, que se apresenta como uma alternativa diagnóstica eficiente e economicamente viável, facilitando o acesso ao diagnóstico para tutores e clínicas veterinárias. A técnica também tem papel complementar, auxiliando na interpretação de exames de imagem, biópsias e hemogramas, além de ser uma ferramenta valiosa para monitorar a evolução de processos patológicos ao longo do tempo.

Estudos recentes publicados no Brazilian Journal of Veterinary Pathology destacam que a citologia possui alta sensibilidade e especificidade para diversas afecções, sendo considerada padrão na triagem de doenças cutâneas e sistêmicas. Isso reforça seu valor como método diagnóstico confiável e indispensável na rotina clínica veterinária.

Embora a citologia veterinária seja uma ferramenta diagnóstica extremamente útil, é importante compreender suas limitações para que o exame seja interpretado corretamente e complementado quando necessário. Uma das principais limitações da citologia está na impossibilidade de avaliar a arquitetura tecidual, pois esse método analisa células isoladas, sem permitir a observação da organização e da possível invasão das células nos tecidos circundantes. Para esse tipo de informação, a histopatologia é o exame mais indicado, pois possibilita um estudo mais completo do tecido.

Além disso, a obtenção de amostras inadequadas ou não representativas pode comprometer a análise. Lesões pequenas, profundas ou de difícil acesso muitas vezes resultam em amostras com quantidade insuficiente de células, dificultando a obtenção de um diagnóstico conclusivo. Certos tumores, especialmente aqueles pouco exfoliativos, como alguns sarcomas e carcinomas específicos, também podem apresentar dificuldade para liberar células que possam ser coletadas para análise citológica.

Outro desafio ocorre na diferenciação celular, pois em algumas situações torna-se complicado distinguir entre células inflamatórias reativas e células neoplásicas, principalmente em lesões com intensa reação inflamatória. Como consequência, os resultados podem ser inconclusivos, mesmo quando as técnicas de coleta e análise são realizadas adequadamente. Nessas situações, exames complementares, especialmente a histopatologia, são essenciais para um diagnóstico completo e preciso, garantindo a melhor conduta clínica para o paciente.

No LabeaVet, contamos com equipe especializada e infraestrutura de ponta para a realização de exames citológicos. Utilizamos protocolos atualizados e rigorosos para garantir diagnósticos rápidos, precisos e confiáveis, sempre com foco no bem-estar e na saúde dos animais atendidos.

Nosso compromisso é proporcionar aos tutores e médicos-veterinários parceiros informações diagnósticas de excelência, contribuindo para tratamentos mais eficazes e maior qualidade de vida para os pets.